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2012 - Livro Vermelho 2013

Palicourea tetraphylla Cham. & Schltdl. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 11-06-2012

Criterio:

Avaliador:

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie arbustiva de ampla distribuição no Brasil e ocorre em ampla variedade de fitofisionomias florestais da Mata Atlântica e do Cerrado.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Palicourea tetraphylla Cham. & Schltdl.;

Família: Rubiaceae

Sinônimos:

  • > Palicourea gardneriana ;
  • > Palicourea verticillata ;
  • > Palicourea weddelliana ;
  • > Psychotria tetraphylla ;
  • > Psychotria verticillata ;
  • > Psychotria weddelliana ;
  • > Psychotria weddelliana var. vestita ;
  • > Uragoga gardneriana ;
  • > Uragoga tetraphylla ;
  • > Psychotria gardneriana ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Linnaea 4: 17. 1829. Similar a P. croceoides, especialmente pela presença de folhas opostas, mas distingue-se desta pelo pedúnculo mais comprimido e pelos lobos da corola tipicamente com saliências arredondados até 0,5mm (Taylor, 2007). Os ramos apicais quadrangulares, comumente com folhas verticiladas, as inflorescências vermelhas ou alaranjadas, as flores com a metade inferior do tubo da corola amarelo e a metade superior rósea ou violácea são caracteres que auxiliam no reconhecimento da espécie em campo (Silva Neto, 2006).

Potêncial valor econômico

Utilizada para fins medicinais (Rosa et al., 2010).

Distribuição

Ocorre nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo (Zappi, 2012); segundo Silva Neto (2006), ocorre em todos os estados do Brasil, e, no Parque Nacional do Itatiaia, é encontrada até 900m de altitude.

Ecologia

Caracteriza-se por arbustos, rupícolas, podendo atingir até 2m de altura; coletada com flores em Dezembro; provavelmente polinizada por beija-flores (Zappi; Taylor, 2012; Taylor, 1997; 2007).

Ameaças

1.1 Agriculture
Detalhes Adegradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espéciesexóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de ummanejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais desoja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano.Aproximadamente 45.000km2 do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde aerosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130ton/ha/ano. O amplo uso degramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial àbiodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dosecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmentelimpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogongayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf eMelinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagensplantadas (cerca de 250.000km2 - uma área equivalente ao estado de São Paulo)está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzidacobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes AMata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce.Algumas áreas de endemismo, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescentefoi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis emvigilância e proteção. Antes cobrindo áreasenormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos defragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criaçãode gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatasda perda de habitat são: a sobrexplotação dos recursos florestais por populaçõeshumanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano(pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiroaceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola(açúcar, café e soja). A derrubada deflorestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650km2 deflorestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda dehábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração delenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais einvasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Presumivelmente Extinta (EX) pela Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

4.4.3 Management
Situação: on going
Observações: Espécie ocorre em Unidades de Conservação: Parque Estadual do Itacolomi, no estado de Minas Gerais e Parque Nacional do Itatiaia, no Rio de Janeiro (CNCFlora 2011).

Usos

Referências

- ZAPPI, D.; TAYLOR, C. Palicourea tetraphylla in Palicourea (Rubiaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB014143>.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado Brasileiro., Megadiversidade, p.147-155, 2005.

- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira., Megadiversidade, p.132-138, 2005.

- SILVA NETO, S.J. Rubiaceae do Parque Nacional do Itatiaia. Doutorado. : Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2006.

- TAYLOR, C.M. Palicourea (Rubiaceae). In: MELHEM, T.S.; WANDERLEY, M.G.L.; MARTINS, S.E.; JUNG-MENDAÇOLLI, S.L.; SHEPHERD, G.J.; KIRIZAWA, M. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP, p.380-383, 2007.

- TAYLOR, C.M. Conspectus of the genus Palicourea (Rubiaceae: Psychotrieae) with the description of some new species from Ecuador and Colombia, Annals of Missouri Botanical Garden, v.84, p.224-262, 1997.

- ROSA, L.H.; GONÇALVES, V.N.; CALIGIORNE, R.B. ET AL. Leishmanicidal, trypanocidal, and cytotoxic activities of endophytic fungi associated with bioactive plants in Brazil., Brazilian Journal of Microbiology, v.41, p.420-430, 2010.

- ZAPPI, D.; BARBOSA, M.R.V.; CALIÓ, M.F. ET AL. Rubiaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, p.449-461, 2009.

Como citar

CNCFlora. Palicourea tetraphylla in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Palicourea tetraphylla>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 11/06/2012 - 18:00:12